A liturgia deste domingo nos chama a uma mudança profunda de vida, para que nosso coração fique mais parecido com o coração de Deus. A primeira leitura, do profeta Isaías, mostra o sonho de Deus: um mundo em que tudo vive em harmonia. O Evangelho apresenta João Batista, que anuncia a metanoia, isto é, uma mudança de mentalidade, de jeito de pensar e agir.
João Batista vive de forma simples e aponta sempre para Jesus. Ele nos lembra que, se vivemos fechados em nós mesmos — olhando só para nossos interesses, consumismo, família e amigos mais próximos — precisamos de conversão. Se não mudamos, o Natal pode até acontecer na decoração da nossa casa, mas não no nosso coração. Será um Natal vazio de Cristo.
O verdadeiro Natal acontece quando abrimos o coração para Deus morar em nós. Os frutos dessa abertura são fraternidade, alegria sincera, serviço humilde e gratuidade
os caminhos”: é isso que acontece quando removemos nossos bloqueios internos, nossos muros, e abrimos espaço para Deus e para o próximo.
Na Eucaristia celebramos a partilha, onde Deus — e não o dinheiro — é o centro. Somos chamados a viver com simplicidade e solidariedade, compartilhando nossos bens materiais, espirituais, afetivos e intelectuais. Sacrificar-se pelo outro faz parte desse amor, porque a Eucaristia é justamente o sacrifício de Cristo por todos.
A segunda leitura lembra que essa acolhida deve alcançar todos, fortes e fracos, sem preconceitos. Também nos convida a ter os mesmos sentimentos de Cristo.
Para que essa mudança seja verdadeira, precisamos criar raízes. A fé não pode ser momentânea, mas firme e perseverante. É uma conversão radical, contínua
Neste segundo domingo do Advento, peçamos ao Senhor que transforme nosso coração: que Ele alinhe nossos afetos, purifique nossos valores e derrube nossos muros internos. Que nossa vida se torne instrumento de paz e harmonia. Que a beleza da noite de Natal, quando nasceu o Príncipe da Paz, não seja impedida pelo nosso egoísmo, mas acolhida por nossas atitudes.
Advento e Natal são tempos de amor. Tempos de mudar para amar mais e melhor, com plenitude.
